sexta-feira, 18 de setembro de 2009

The First Letter





Estado de espírito: sonhando com teu cheiro.
Acaso sem nome: café com leite em noites.
Desejo vil: torna-me panos.
Palavras sonsas: eu te amo!

Falo do agora como findo o pra sempre
Sinto-me latente de versos e encanto
De certo já tenho meu atestado
Daquele que usa as roupas do amor
Pra distroçar o medo das indecisões
E sabe aquele instante
Aquele mesmo
Só ele
Em que nos vimos sem nos ver?
Nos tocamos sem sentir?
Nos calamos com voz gritante?
Pois é
Eis o momento que me persegue nas horas
Que me envaidece e me embriaga
Sem ao menos saber se devaneiando estou
Ou descalço ao meio fio chorando de feliz
São músicas randômicas em si
São gestos de afeto ímpar no travesseiro
São mãos que se indagam sem cais
São ardores que me fogem a pele
E ganham o mundo
O nosso mundo
Nosso risco no horizonte belo da conquista
Que uma dia será o lugar do repouso
Para nós e para o que nos assusta
Tentei achar adjetivos pra ele
Mas nem sequer um nome eu o dei
Quando me perguntam se ele existe
Você sabe o que responderei sempre:
"Não acredito. Mas ele existe"
E me move
Posso até dizer que me empurra
Da beira do abismo quiçá
Pra que eu aprenda a voar
E saber que minha mão está presa
Em outra que sei onde pode me levar
Do firmamento que contemplaremos
Embaixo de árvores roxas e amarelas
Ao acaso que nos rege
E que brincará eternamente com nossos risos.

(Pequena Carta em Fá Menor)

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